Os casos a seguir representam exemplos bem diferentes de loucura. Alguns são cruéis, outros podem despertar até pena. A questão da insanidade é relativa, mas quando se trata da realeza e de governantes, é um pouco pior. Seja qual for a causa da loucura, é certo que várias nações foram governadas por loucos de pedra. Confira alguns deles:
10) Imperatriz Ana da Rússia
Ana, que governou como imperatriz da Rússia de 1730 a 1740, não nasceu no trono. O Conselho Supremo Privado da Rússia a nomeou Imperatriz, na esperança de que ela fosse grata a eles e atuasse como um “fantoche”. Já Ana tinha outros planos. Um de seus primeiros atos foi restaurar a polícia secreta. Com a Guarda Real ao seu lado, seu poder se tornou incontrolável. Seu reinado de dez anos atormentou os aristocratas que a colocaram no poder. No exemplo mais famoso de sua insanidade, Ana fez com que um dos príncipes casasse com sua empregada doméstica, porque ela havia descoberto que sua ex-esposa, agora morta, era católica. Ana então organizou o casamento em um palácio feito de gelo especialmente para a ocasião. O vestido da noiva parecia uma roupa de palhaço, e ela obrigou o casal a passar a noite no palácio de gelo em um dos invernos mais rigorosos da Rússia. Felizmente, seu reinado foi interrompido por sua morte aos 47 anos.
9) Rei Jorge III do Reino Unido
O Rei Jorge III é um dos governantes mais conhecidos dessa lista, devido ao famoso filme “As Loucuras do Rei Jorge”. Ele reinou a Inglaterra de 1760 a 1820, e foi durante seu governo que as colônias americanas foram perdidas. Ele provavelmente sofria da doença hereditária porfiria, que também afetava Maria, a Rainha dos Escoceses. Sua doença o tornou totalmente irracional. Quando ele adoeceu, em 1788, seu primeiro-ministro, William Pitt, o Jovem (1759-1806), e a rainha reinaram a Inglaterra em seu nome e, mais tarde, seu filho governou como regente. Em seus últimos anos, conforme sua loucura crescia, ele teve que ser isolado.
8 ) Rei Carlos VI da França
Em 1380, Carlos VI foi coroado Rei da França com apenas onze anos de idade. Originalmente, ficou conhecido como Carlos, o Bem-Amado. Mais tarde, ficou evidente que ele era doido, então seu apelido foi mudado para Carlos, o Louco. Uma das primeiras loucuras conhecidas do rei Carlos VI é que, durante uma viagem, ele ficou agitado com o som de uma lança que caiu, e assassinou um dos seus cavaleiros, além de, supostamente, alguns outros homens. Após este incidente, o rei entrou em coma. Seus sintomas de insanidade progrediram durantes os anos. Houve momentos em que ele não sabia quem era, e não reconhecia sua esposa e seus filhos. Em outros momentos, ele se recusava a tomar banho. Também passou algum tempo acreditando que era feito de vidro. O Rei Carlos VI morreu em 1422.
7) Imperador Justino II
Justino II foi um Imperador Bizantino de 565 a 578. Seu reinado incluiu guerras com a Pérsia e a perda de grandes partes da Itália. Depois de duas desastrosas campanhas militares em que os persas invadiram a Síria e capturaram a fortaleza de Dara (Mesopotâmia), Justino perdeu a cabeça. A insanidade o obrigou a nomear um sucessor, Tibério Constantino II. Nos seus últimos dias, Justino II era empurrado pelo palácio em um trono de rodas, mordendo servos que passavam por ele. Ele teria ordenado que se tocasse órgão constantemente por todo o palácio, em uma tentativa de que a música acalmasse sua mente frenética. Também havia rumores de que seu gosto por servos não veio só no final de seus dias, mas sim que ele comeu uma série deles durante o seu reinado.
6) Rei Luís II da Baviera
Luís II se tornou rei da Baviera em 1864. Ele era extremamente tímido e mal preparado para seus deveres como rei. Durante seu reinado, gastou todo o seu dinheiro pessoal na construção de castelos de conto de fadas, e tinha uma forte aversão a aparições públicas. Em 1866, Luís II foi acusado de ser louco. Se seu comportamento excêntrico era causado pela insanidade, ninguém sabe, porque o homem que o declarou maluco nunca o examinou. Ele foi deposto por razões de insanidade a pedido de seu tio, que pode ter desejado apenas o controle do governo. Um dia após sua deposição, ele foi encontrado morto em uma lagoa, ao lado do médico que o tinha declarado insano.
5) Sultão Ibrahim I
Ibrahim I foi um dos mais famosos sultões otomanos. Ele sucedeu Murad IV (1623-1640), seu irmão. O desejo de Murad não era bem esse – Murad havia pedido que matassem Ibrahim antes de sua própria morte. Entretanto, Ibrahim foi libertado da Kafes (a prisão especial para potenciais herdeiros do trono) por ser considerado muito louco para ser uma ameaça, e assumiu o reinado em 1640. Ibrahim quase levou o império ao colapso em pouco tempo. Ele é famoso por ter uma obsessão por mulheres obesas, fazendo com que seus empregados encontrassem a mulher mais gorda possível. Uma candidata que pesava mais de 149,69 quilos foi localizada na Armênia, e recebeu o nome de Sheker Pare (literalmente, “torrão de açúcar”). Ibrahim estava tão satisfeito com ela que lhe deu uma pensão do governo, e o título de Governadora-Geral de Damasco. Quando ele ouviu um boato de que suas concubinas eram comprometidas com outro homem, mandou afogar 280 membros de seu harém no mar de Bósforo. Ele foi visto alimentando peixes que viviam na piscina do palácio com moedas. Estes feitos lhe renderam o apelido de “louco” – por razões óbvias.
4) Ivan IV, Czar da Rússia
Ivan IV, ou Ivan, o Terrível, teve a infância marcada pela perda de seus pais. Aos sete anos, foi deixado nas mãos dos membros da elite do governo russo, e foi severamente maltratado e abusado por eles no próprio palácio que era seu por direito. Eventualmente, o abuso deu lugar à loucura. No começo, Ivan torturava pequenos animais. Em 1544, quando completou catorze anos, assumiu o controle da Rússia, lançando o chefe do governo a uma matilha de cães. Ivan fez uma confissão pública de seus atos cruéis para o seu povo por meio de um pedido de desculpas. Só mais tarde ficou claro que ele já estava perigosamente insano.
Ele mandou que dois de seus arquitetos forem feitos cegos para que não pudessem projetar nada tão lindo quanto o palácio que fizeram.
Seu governo foi bom em muitos aspectos; ele criou leis destinadas à igualdade de classes, por exemplo. No entanto, seus demais atos pareceram ultrapassar essa bondade. Ivan IV massacrou o seu povo, e matou seu filho mais velho e mais amado.
3) Rainha Maria I de Portugal
Nosso exemplo “quase” nacional. A loucura de Maria foi observada pela primeira vez em 1786, quando ela teve que ser transportada de volta ao seus aposentos em um estado de delírio. Nesse ano, ela perdeu o marido e ficou devastada. Proibiu qualquer entretenimento da corte e as festividades do estado pareciam cerimônias religiosas. Seu estado piorou após a morte de seu filho mais velho, de 27 anos, de varíola, e de seu confessor, em 1791. Em fevereiro de 1792, ela foi considerada mentalmente insana. Maria foi tratada por John Willis, o mesmo médico que atendeu Jorge III do Reino Unido. O jovem príncipe João assumiu o governo em seu nome, embora só tenha levado o título de Príncipe Regente em 1799. Dizem que terríveis gritos ecoavam por todo o palácio onde a rainha ficava. Maria morreu no Rio de Janeiro em 1816.
2) Príncipe Sado da Coréia
O Príncipe Sado nasceu em 1735, e casou-se nove anos depois. Diz-se que o seu pai, o rei da Coréia, começou a odiar seu filho quando ele era muito jovem. Sado teve seu próprio filho quando tinha dezessete anos. Após o nascimento de seu filho, Sado teve sarampo. Recuperou-se de sua doença, mas ela parecia ter desencadeado uma insanidade profunda. A insanidade do Príncipe Sado primeiro apresentou-se como pesadelos e delírios. Estes episódios foram seguidos por ataques violentos. Sado abusava fisicamente de seus servos e estuprava qualquer mulher que lhe negasse. Sado também assassinava sem motivo, e chegou a perseguir a própria irmã. O rei acabou cansado de seu filho. Ordenou que ele fosse selado em um baú de arroz. O filho morreu em oito dias.
1) Imperador Calígula
Ele certamente merece ser o número um da lista. Veja o que ele conseguiu fazer em um governo de quatro anos: ele tentou instaurar seu cavalo favorito, Incitatus, como sacerdote e cônsul. Construiu um estábulo de mármore para ele, com cadeiras e sofás, nas quais Incitatus nunca sentou, obviamente. Também uma vez, no Circus Maximus, quando não havia mais criminosos para participar dos jogos, ele ordenou a seus guardas que arrastassem as cinco primeiras filas de espectadores para a arena. Centenas de pessoas foram devoradas por leões para a sua diversão. Outra insanidade foi quando um cidadão o insultou, e Calígula o amarrou e o espancou com pesadas correntes. Isso durou três meses. Depois, Calígula o expôs a uma multidão e, muito ofendido com o cheiro do cérebro gangrenoso do homem, mandou que o decapitassem.
Uma outra pessoa que o insultou foi executada publicamente junto a toda sua família. A multidão ficou indignada e começou a se dispersar, mas muitos permaneceram em fascinação mórbida. O último membro da família era uma menina de 12 anos, que estava chorando histericamente por causa do que tinha sido forçada a assistir. Um membro da platéia gritou que ela estava isenta da execução porque era virgem. Calígula sorriu e pediu ao carrasco para estuprá-la, depois estrangulá-la.
O instrumento de tortura favorito de Calígula era a serra. Ele também mastigava os testículos de suas vítimas, enquanto elas ficavam amarradas de cabeça para baixo. Em público, ele teve relações sexuais com suas três irmãs em banquetes e jogos, às vezes em cima da mesa, no meio da comida. Calígula foi assassinado pela Guarda Pretoriana e alguns senadores enquanto saía do Circus Maximus após os jogos. Seu corpo foi deixado na rua a apodrecer, até que cães o comeram. [Listverse]