Arqueólogos britânicos encontram construção da Idade do Bronze


Vista aérea dos restos do "segundo "Stonehenge" que, segundo arqueólogos, integrava um complexo de rituais na Idade do Bronze

Um grupo de arqueólogos britânicos descobriu os restos de um segundo Stonehenge a poucos quilômetros do monumento megalítico original, no condado de Wiltshire, ao sudoeste da Inglaterra.

A revelação de uma equipe de especialistas de várias universidades do Reino Unido confirma que a famosa construção da Idade de Bronze (2.500 a.C.) fazia parte de um complexo maior, possivelmente, utilizado para acolher rituais.

Estudos preliminares indicam que a descoberta pode ser, inclusive, mais antiga que a primeira. Ela foi batizada de Blue Stonehenge, pela cor da pedra que contém quartzo na composição originária das montanhas do País de Gales (cerca de 240 quilômetros), explicou um dos diretores das escavações, Julian Thomas.

"A construção seria similar ao Stonehenge, embora menor. A obra tem relação com outros restos arqueológicos descobertos nos últimos anos, como a vila neolítica de Durrington Walls em 2005", assinalou o professor da Universidade de Manchester.

Acredita-se que o Blue Stonehenge, do qual restam nove buracos e algumas fundações (além de objetos arqueológicos como pontas de lança), está situado no extremo de uma grande avenida erguida no período neolítico e que teria levado à construção do Stonehenge, ao longo do leito do rio Avon.

O Blue Stonehenge é um conjunto circular formado por cerca de 25 pedras com diâmetro de dez metros, cercada por um fosso, com um desenho parecido ao do monumento principal, cujo diâmetro é de 30 metros e é composto por quatro circunferências concêntricas.

Para tentar precisar a data da construção do Blue Stonehenge, os arqueólogos enviaram para análise ossos de animais encontrados no local que supõem ter servido de ferramentas para construir o movimento.

Segundo os arqueólogos, o fosso ao redor do Stonehenge azul data de 2.400 a.C., mas os especialistas estimam que as pontas de lança e o círculo de pedras podem ser mais antigas, de 3.000 anos a.C., apontou Thomas.

Os arqueólogos envolvidos no projeto (Stonehenge Riverside Project) das universidades inglesas de Manchester, Bristol e Sheffield estão convencidos que as pedras foram transferidas ao próprio Stonehenge, situado a 2,8 quilômetros de distância, 2.500 a.C., quando foi construído.

Segundo Thomas, o achado do Blue Stonehenge confirmaria a teoria que o rio Avon teve um papel fundamental na época ao unir o domínio dos vivos (no povo de Durrington Walls) com o dos mortos, representado por Stonehenge e o novo monumento descoberto.